Burger King, Peugeot, GM, Svarovsky e outras grandes marcas acham que é.
Os lockdowns e fechamentos estão acontecendo no mundo inteiro. Vendas em baixa, movimento reduzido. Pessoas preocupadas com suas vidas, sua saúde, seu emprego.
Num cenário desses, pra que se preocupar com uma mudança de imagem? Ou mesmo de campanha publicitária?
Bom, essas empresas citadas acima acham que é exatamente o periodo para fazer essas mudanças. Veja, em alguns casos, eu creio que os processos realmente já estivessem em andamento. Mas se os gestores acreditassem que a pandemia seria um mau momento, sempre poderiam postergar, certo?
A decisão de manter um rebranding nesse momento, na minha opinião, se justifica. Neste artigo eu relaciono os motivos que eu acho que ajudam nessa decisão:
Maior exposição
Fato: pouca gente está se movimentando. Isso garante um lugar maior ao sol. Todas as mudanças são muito notadas. Seus concorrentes estão em modo de dormência. Num período normal, talvez a mudança passasse em brancas nuvens. Mas num período como este, com todo o noticiário dominado pelo mesmo assunto, o que seria corriqueiro há pouco tempo, ganha relevância
Movimento
O segundo motivo é esse mesmo: mostrar que sua marca está viva.
Um rebranding bem feito mostra que sua marca está no jogo. Não só não jogou a tolha, como ainda tem fôlego para alguns rounds. Que não aceita o ostracismo.
E isso é muito bom para seus clientes. Quem admira sua marca sentirá a renovação. Quem não estava no seu público passa a prestar atenção.
Novos tempos
Muita coisa vai mudar com a pandemia.
Analistas ainda estão tateando a profundidade das mudanças que ficarão em nossas vidas. As marcas que demonstrarem ver mais longe poderão ser percebidas como pioneiras. Aqueles que mantiverem uma imagem ligada à vida antes da doença, poderão ficar velhos e serem vistos como obsoletos muito mais rapidamente do que antes.
Foi provavelmente o que pensou a GM ao adotar uma marca mais moderna, próxima e com inspirações claramente voltadas à novas fontes de energia, especialmente a elétrica (podemos discutir se o resultado foi bom depois).
Ás vezes não é o bastante ser uma marca do seu tempo. É preciso estar no futuro. E hoje em dia, impactados com uma catástrofe global as pessoas pensam o tempo todo no futuro.
Velhos tempos
E como nada em comunicação é estanque, temos o oposto direto.
Em um período complicado, clientes sem mobilidade, ansiosos por contato, nada é mais forte do que a nostalgia.
O Burger King acerta, então, ao encampar uma repaginação que aponta para épocas mais simples e felizes, com sua comunicação completamente retrô. O otimismo do passado é perfeito para seus objetivos.
O passado pode não ser para todas as marcas. Mas nesse momento, quem puder usá-lo pode ganhar muitos seguidores para sua marca.
Tédio
Todo mundo lacrado dentro de casa, ouvindo e vendo notícias sobre pandemia em looping, todo dia, 7 dias por semana. Ninguém aguenta mais.
Uma notícia diferente é até percebida de uma forma diferente. Qualquer coisa que arraste a pessoa por minutos para fora da mesmice faz com que ela se sinta até grata.
Se você aprecia maior visibilidade e reconhecimento para sua marca, esse é um momento de ouro.
A pandemia vai passar
Olhando hoje parece uma miragem. Mas sabemos (e esperamos) que a pandemia vai acabar.
Quando a OMS decretar o fim da pandemia, a vida aos poucos vai voltar ao que era antes (com muitas diferenças). Como você quer que a sua marca esteja neste momento? Amontoada com todas as outras na linha de largada ou já na esquina, com 3 corpos de vantagem no grupo de elite?