Assisti ontem ao filme da Gillette que está causando comoção e revolta nas redes sociais. E não entendi bem a gritaria.
É um filme muito bonito e bem feito, que está sendo acusado de ceder à uma pauta politicamente correta e à uma agenda feminista, ao mostrar homens sob uma ótica negativa.
Não concordo.
A Gillette é uma marca primariamente masculina (apesar de vender produtos para mulheres também). No meio do turbilhão que movimentos como o #MeToo causaram nas estruturas americanas, marcas ligadas à masculinidade poderiam sofrer danos às suas imagens. Poderiam ser associadas a qualquer pessoa. Imaginem o custo de imagem se fotografassem um produto Gillette dentro do banheiro de Harvey Weinstein.
Além disso, a reação de qualquer homem decente, ao ver acusações generalizantes para com o público masculino, vai pensar “mas caramba, eu não sou assim”.
Pois eu acho que foi justamente pensando neste público que a Gillette criou esse comercial. Para o homem que não se enquadra em chavões. Para o público que não aceita ser o pior dos estereótipos. Eu vi o filme, e não me senti nem um pouco ofendido. Veja por si só.
Não conheço em profundidade, mas eu creio que essa ação deve fazer parte de um novo direcionamento da empresa. Dessa forma a Gillette aponta para uma ambição maior do que simplesmente vender lâmina de barbear, e passa a escolher um papel mais ativo no mundo.
Da minha parte, eu acho perfeito.